terça-feira, 5 de maio de 2009

Reflorestamento é para sempre? Pode ser. Mas não tem sido...

Em um estudo desenvolvido pela coordenadoria de pesquisas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, foi constatado que na maioria das áreas reflorestadas no Estado são utilizadas menos de 30 espécies de árvores (quase sempre as mesmas). Destas, dois terços possuem um ciclo de vida curto, entre 15 e 20 anos, o que tem levado as "novas florestas" ao declínio em um curto espaço de tempo.

Para chegar a esta constatação, os pesquisadores escolheram 61 áreas em recuperação que passaram a ser observadas por um período de seis meses. Do levantamento das 247 espécies utilizadas nestas áreas, verificou-se que 54%(134 espécies) foram pouco utilizadas (em apenas três projetos) e um pequeno número (15 espécies) apresentaram uma freqüência de utilização maior, acima de 50% dos projetos de reflorestamento.

A própria Secretaria do Meio Ambiente alerta que é preocupante a situação dos projetos que tem sido executados no Estado, dada a baixa diversidade e a alta consanguinidade de indivíduos (muitos indivíduos produzidos a partir de poucas árvores matrizes).

Outra observação importante feita pelos pesquisadores é que, quando o desmatamento de um único hectare retira da área no mínimo 100 espécies, a compensação ambiental muitas vezes estabelecida pelo Poder Público não chega a ser satisfatória e nem eficaz. A perda de um único hectare, cnsequentemente, não poderia ser compensado por 10 hectares de reflorestamento, como é normalmente indicado.
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