segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O agente da sustentabilidade


Acredito que todos de nossa sociedade gostariam de um mundo mais justo, mais saudável e mais aprazível de se viver. Principalmente em se tratando de um modelo de mundo mais abundante em recursos. Pelo menos é isso que dizem os jornais, e o que as pessoas falam. E é por isso que eu resolvi escrever esse post, para responder à uma pergunta fundamental: Como é possível construirmos a sustentabilidade?

É muito comum as pessoas me questionarem sobre isso, afinal, vivemos num mundo mergulhado numa cultura de pessimismo socioambiental ao mesmo tempo em que passamos por um processo intenso de individuação - ou seja, cada vez mais as pessoas precisam se afirmar como indivíduos. Isso causa muito mal-estar. É nesse contexto que surge a preocupação pela sustentabilidade - vista na maioria das vezes como uma simples oportunidade de negócio. Infelizmente, a demanda por uma sustentabilidade vista como uma oportunidade e não também como uma necessidade surge devido à nossa "cultura do Narcisismo", repleta de materialismo e de subjetividade precária. Uma cultura onde as pessoas são carentes e só querem sugar, e não conseguem dar.

Construir a sustentabilidade é uma tarefa árdua, e por isso é facilmente interpretada na nossa sociedade como fator de diferenciação. Cabe ressaltar, no entanto, que a sustentabilidade não é só um prato cheio para o marketing; ela é de fato uma grande oportunidade de negócio, especialmente se ela for entendida como necessária. Quem entender isso conseguirá usufruir de um tipo de retorno que vai muito além do financeiro, e que pode significar a perenindade de seus propósitos e ideais, dando mais sentido à sua existência.

Sustentabilidade é fundamentalmente um processo de valorização do ser humano. Quando o ser humano consegue entender e assumir sua responsabilidade como indivíduo (ou seja, único, indivisível), ele passa a atuar como um agente de mudança de seu meio, auto-motivado, a partir de seu repertório de valores. Valores fundamentais como sua saúde e felicidade, a de sua família, de seus amigos, de seu grupo social. Isso só se alcança por meio da educação, que é um processo caro e demorado.

Sustentabilidade é um tema tão significante, que faz até mesmo com que alguns indivíduos se sintam fracassados como indivíduos, mesmo sendo pessoas extremamente bem sucedidas do ponto de vista financeiro. Esse entrave é criado pela cultura heróica do narcisismo moderno: as pessoas querem se vender como pessoas felizes e auto-suficientes não só do ponto de vista material mas também do ponto de vista de seu ser - na forma de uma personalidade, um comportamento ou um estilo de vida. É aqui que entra a grande questão - se a construção da sustentabilidade é um processo árduo e complexo (não se constrói da noite para o dia), o indivíduo acaba colidindo com o imediatismo de sua cultura materialista e se frustra, lançando-se a um estado de melancolia. A partir desse desse ponto, ou ele reage, ou ele se conforma.

Os ignorantes e os conformistas abraçam sua felicidade material-financeira. Os reativos, abrem mão, de certa forma, de valores materiais e pensam na coletividade, partindo de um amar a si próprio. Amar a si não num sentido egoísta, mas num sentido individualista - que valoriza o indivíduo como entidade. Ele passa a se cuidar e entende que o estar bem é o primeiro passo para se fazer o bem. E o estar bem, significa, necessariamente, cuidar de seu meio e das pessoas que o cercam.

A sua lógica se encaixa em algum desses modelos?

Otávio Cafundó é biólogo, especialista em conservação, sócio-diretor da Brasil Diverso Soluções Ambientais Ltda
http://www.brasildiverso.com.br

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O maior dos luxos

Esse é o maior dos luxos. Família, amigos e uma casa arrumada... O cerne da sociedade.

Casa arrumada - Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Otávio Cafundó é biólogo, especialista em conservação, sócio-diretor da Brasil Diverso Soluções Ambientais Ltda
http://www.brasildiverso.com.br

Uma mudança de lugar

Para se entender sustentabilidade, é preciso entender, em primeiro lugar, de que lugar interpretamos o mundo. A maioria acredita que o herdamos de nossos pais. Na verdade, devemos entender que estamos é tomando ele emprestado de nossos filhos. Aí sim: não importa o que recebemos, o que importa é o que vamos deixar.

Otávio Cafundó é biólogo, especialista em conservação, sócio-diretor da Brasil Diverso Soluções Ambientais Ltda
http://www.brasildiverso.com.br

Sustentabilidade x luxo

O investimento num projeto de sustentabilidade traz, num primeiro momento, retorno moral, que se reflete na imagem e na reputação do investidor. Um projeto desse tipo é, necessariamente, calçado pela verdade. O retorno financeiro, no entanto, deve ser entendido como um subproduto, pois ele só aparece com o tempo e de forma indireta.

O que acham dessa minha conclusão? Sustentabilidade é um luxo?


Otávio Cafundó é biólogo, especialista em conservação, sócio-diretor da Brasil Diverso Soluções Ambientais Ltda
http://www.brasildiverso.com.br

Uma mudança de lugar

Hoje vejo que muitos de meus clientes, que há 5 anos atrás estavam preocupados com o futuro de seus filhos e netos estão começando a ficar preocupados com o futuro deles mesmos... Você sente o mesmo?

Otávio Cafundó é biólogo, especialista em conservação, sócio-diretor da Brasil Diverso Soluções Ambientais Ltda
http://www.brasildiverso.com.br
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