terça-feira, 16 de outubro de 2007

Eco-design

O “triple-bottom-line” tem sido, e ainda continua a ser, uma importante ferramenta para integrar a sustentabilidade à agenda dos negócios. Balanceando os objetivos econômicos com as preocupações sociais e ambientais, ele cria uma nova medida da performance corporativa. Uma estratégia de negócios focada somente na linha de base, ou “bottom-line”, no entanto, pode mascarar as oportunidades de desenvolvimento de inovações e criar valor no processo de design. É preciso transformar a eficiência em efetividade. Para isso existem novas ferramentas de design sustentável, ou eco-design, que podem mudar o foco de nossa maneira de criar. Trata-se de uma mudança de um processo de desenvolvimento com propriedades “end-of-pipe*” limitantes, para um processo orientado para a criação de estruturas, produtos e serviços seguros e de alta qualidade, reprojetando tudo a partir do zero.

Esta nova perspectiva do design cria um crescimento do tipo “top-line”, ou linha-de-topo: estruturas, tecnologias, produtos e serviços que aprimoram o bem estar da natureza e da cultura humana, enquanto geram valor econômico. O design do tipo “top-line” segue as leis da natureza para dar à indústria e à agricultura ferramentas para desenvolver sistemas que geram prosperidade com segurança. Nesses novos sistemas humanos, os materiais se tornam comida para o solo (entram nos ciclos biogeoquímicos), ou podem fluir de volta para a indústria por todo o sempre (entram nos ciclos tecnológicos). Valor e qualidade estão incorporados nesses produtos, processos e facilidades de maneira inteligente, o que os possibilita deixar uma pegada ecológica para o deleite, ao invés da lamentação. Quando os princípios do design ecologicamente inteligente forem amplamente difundidos e aplicados, tanto a natureza quanto a economia podem prosperar e crescer.

*end-of-pipe: tipo de solução que não atinge a raiz do problema. Também conhecida como solução fim-do-tubo. Ex: Um determinado processo industrial gera um tipo de resíduo perigoso. A princípio, é mais fácil colocar um filtro na saída do tubo em que o resíduo é emitido, do que reprojetar todo o processo, ou pesquisar novas fontes alternativas de matéria-prima, para que não exista mais a possibilidade de geração de resíduos perigosos. Uma decisão end-of-pipe torna, aparentemente, as coisas menos ruins, mas não boas. O que fazer então, com o filtro contaminado?

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