
Essa postagem interessa a todos aqueles que, nesse mundo de abundante informação, se vêem cegos frente aos verdadeiros desafios da vida.
Esse livro foi o livro que me ajudou a pensar no que fazer após a graduação, por 3 principais motivos: (1)durante o final do meu curso na UNESP de Rio Claro, muitos dos meus colegas (e eu também) começaram a sentir uma certa ansiedade e a desenvolver certos comportametos irracionais ao se depararem com o momento da decisão sobre seus respectivos destinos profissionais, o que me levou a questionar o verdadeiro papel da universidade; (2) o meu instrutor de natação, que era um cara muito inteligente, não sabia nada sobre nenhuma notícia a respeito da vida cotidiana (generalidades), como a morte de Luciano Pavarotti. Após uma breve conversa, ele me disse: "cara, se você não tivesse me falado que o Pavarotti morreu, eu não ia saber disso nunca. Porque se eu pego um jornal pra ler, ou ligo a televisão, é pra ver desgraça. Por isso eu decidi virar instrutor de natação nessa biboca, que paga o meu salário, e eu vivo tranquilo, na casa da mainha mãe, aos 30 anos de idade e de carteira assinada. Quer mais pra quê?". Daí eu pensei: pra onde estamos indo? Uma mente bem educada que abdica de seu potencial? Por qual motivo? (3) No encontro de 10 anos de formado de terceiro colegial, encontrei a menina que era a garota mais inteligente do colégio. Pergutei a ela o que havia feito da vida, e vai aí o que ela me respondeu: "Bem eu comecei a fazer viagens com crianças pra Disney, daí eu resolvi fazer turismo, mas daí eu desisti de turismo e achei que eu deveria fazer administração de empresas, mas daí eu desisti e hoje eu trabalho na loja de parafusos do meu pai, e não sei muito bem o que eu vou fazer da vida. Acho que vou voltar pros EUA e virar faxineira, pelo menos pagam bem e dá pra juntar uma graninha..."
Para os que se encontram sob a mesma situação, recomendo a leitura: "O quadrante de Pasteur" da editora da Unicamp.
Um comentário:
Agora sim, fiquei bastante interessado em conhecer mais profundamente esses quadrantes.
Você tem toda a razão, Otavio, a realidade é lamentável, diante desses depoimentos que apresenta no texto.
Achava ser esse um fenômeno tipicamente brasileiro, mas depois de algumas viagens mundo afora, descobri que essa é a situação da grande maioria das pessoas. Aí vem a pergunta: para quê? Qual é a razão de estarmos aqui e vivermos nossas vidas? Qual é a missão a cumprir?
Naturalmente, não há resposta correta ou errada para as indagações. Somos todos iguais em termos de morfofisiologia, mas tão diferentes na motivação que nos dá a vida.
Numa reportagem recente sobre povos ribeirinhos da Amazônia, observava o depoimento de uma senhora que dizia jamais desejar mudar de condição para não abandonar o seu estilo de vida (para nós extremamente precário).
Você deseja realizar algo. Eu também. Mas a grande maioria vai só vivendo. E esse sentimento é universal.
Abraços.
Postar um comentário