terça-feira, 30 de outubro de 2007

O quadrante de Pasteur

Extraído do site da Radiobrás (www.radiobras.gov.br)

Qual cientista foi mais importante para o avanço da humanidade: Thomas Edison, Louis Pasteur ou Niels Bohr? Uma questão difícil como essa é o que tenta responder Donald Stokes com o livro “O quadrante de Pasteur”. Nele, o autor utiliza dois eixos cartesianos para classificar as atividades de pesquisa. O eixo vertical associaria o projeto de pesquisa à sua relevância como gerador de conhecimento fundamental, aquele que leva a ciência a obter muito mais conhecimentos depois dele. O eixo horizontal é a sua relevância em termos de aplicações, econômicas ou sociais, imediatas.

Stokes propõe, na verdade, que o desenvolvimento científico não é uma coisa linear. Quando ele coloca Bohr no quadrante da relevância científica, está dizendo que as profundas teorias desse cientista na área da física e da química não tinham, obrigatoriamente, compromisso em desenvolver nada, nenhum produto, nenhum processo. Eram, simplesmente, interpretações dos fenômenos da natureza, e Bohr não conseguiu ultrapassar as fronteiras desse quadrante. No outro eixo, da relevância tecnológica, relevância da aplicação dos conhecimentos, quem está lá é Thomas Edison, com suas descobertas na área da eletricidade que acabaram gerando uma boa parte do que temos hoje no segmento. Edison tem um pouco de relevância científica, mas suas pesquisas se destacam pela utilização da ciência com perspectivas estratégicas. Ele é um inventor e usa os princípios da química e da física para inventar coisas. Não que essas coisas tenham aplicabilidade, mas ele está fornecendo um conjunto de informações e de detalhamentos, que podem ser aplicados no desenvolvimento de algum produto. Em outro quadrante está Pasteur, com as mesmas qualificações de Bohr e de Edison, mas que aplicou ao extremo os conhecimentos acumulados. Seus estudos na microbiologia, no conhecimento dos microorganismos, possibilitaram o desenvolvimento de vacinas, contribuíram, também, para o entendimento da fermentação na produção do vinho e da cerveja e aprofundaram os conhecimentos da química orgânica. Ele tinha um pouco do Bohr, do Edison e muito de aplicabilidade do conhecimento já fazendo a vacina e melhorando a produção do vinho.

O quarto quadrante, omitido por Donald Stokes devido à sua morte prematura, teve uma atenção especial quanto à resposta da sociedade frente suas necessidades que não poderiam ser supridas por quaisquer outros quadrantes. Este quadrante (em branco) foi posteriormente batizado de quadrante de Ruetsap. Novas considerações muito interessantes foram feitas por Francisco Neto, em seu artigo: "O quadrante de Ruetsap e a anti-ciência, tecnologia e inovação", que nos ajuda a compreender fenômenos sociais, científicos e tecnológicos nas áreas externas à academia. Recomendo sua leitura.

7 comentários:

Anônimo disse...

Hei bob irmão, vc tem esse livro pra me emprestar?

Anônimo disse...

Caro Otavio:

Não me sinto qualificado para ingressar no debate dos quadrantes, que, certamente, é um assunto interessante.

Em meu atual estádio como estudante de filosofia, ainda não sei com quais dos animais intelectuais me identificar, além dos políticos.

Todavia, Descartes encontra aqui a sua contribuição por oferecer o gráfico que leva o seu nome para que os especialistas distribuíssem nele as suas teorias. Particularmente, estou mais inclinado a simpatizar com a linha horizontal em função do imediatismo prático. Todavia, há de se reconhecer a importância do todo.

Para não escrever mais bobagens, caro Otavio, fico por aqui. Este tópico seria mais atraente na Academia ou, para um mortal, à mesa do bar. Teríamos bastante assunto para inserir nesse gráfico cartesiano.

Por favor, considere sempre o 'sense of humour' nesses comentários.

Forte abraço.

Anônimo disse...

Vc nem imaginam quantos "upgrades" deste gráfico já estão sendo rabsicados por aí... Mas a minha intenção foi a de tacar fogo na palha. O raciocínio que levou ao desenvolvimento dessa representação é que é muito interessante.

fricce disse...

Fala ai, sou aluno do curso de metalurgia do Cefet MG,e tenho que fazer um trabalho sobre Pasteur,Bohr e Edison. Tenho que sitar uma pesquisa ou artigo que se enquadra em cada quadrante, por favor me ajude estou desesperado me socorre ai uai desde ja agradeço a atenção.Vc poderia enviar por email para min esse trabalho fricce99@hotmail.com

Anônimo disse...

fricce você fala como um analfabeto sitar é com c no começo citar e fazendo faculdade com preguiça de fazer um trabalho pelo amor de Deus né

Unknown disse...

Olá caro colega,

Me desculpe mas a sua resenha está equivocada.
O quadrante em "Vazio" na verdade não está vazio, ele se refere as pesquisas que não tem intenção nem cientifícas nem aplicavéis. No próprio livro, se não me engano no capitulo 3, Stokes coloca um exemplo de um pesquisador que descreve um grupo de passaros e sua migração. São Estudos de caso, particulares.
Att,
Cyntia

Unknown disse...

Olá caro colega,

Me desculpe mas a sua resenha está equivocada.
O quadrante em "Vazio" na verdade não está vazio, ele se refere as pesquisas que não tem intenção nem cientifícas nem aplicavéis. No próprio livro, se não me engano no capitulo 3, Stokes coloca um exemplo de um pesquisador que descreve um grupo de passaros e sua migração. São Estudos de caso, particulares.
Att,
Cyntia

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